Muitos pais se perguntam se devem ou não armazenar células-tronco de seus filhos.
Para ajudar os pais a tomar uma decisão consciente, preparamos o material abaixo visando esclarecer suas principais dúvidas.
Assim será possível tomar a melhor decisão para sua família.
Existem células-tronco no sangue e no tecido do cordão umbilical. As células-tronco que encontramos no sangue do cordão umbilical são as chamadas células-tronco hematopoéticas e as encontradas no tecido do cordão umbilical são as células-tronco mesenquimais possam ser utilizadas inúmeras vezes depois de congeladas, diferentemente das hematopoiéticas que só podem ser utilizadas uma vez.
As maiores diferenças são a versatilidade e a possibilidade de expansão em laboratório. Atualmente, as células-tronco do sangue do cordão podem ser usadas para regenerar o sistema sanguíneo apenas, tratando as doenças do sangue (leucemia, anemias e talassemias).
Já as células-tronco mesenquimais são muito mais versáteis e podem ser usadas para tratar problemas mais comuns no dia a dia, como queimaduras, lesões de ossos e cartilagens, doenças autoimunes como Diabetes Tipo I e até uso estético. Além disso, as células-tronco mesenquimais podem ser cultivadas e multiplicadas em laboratório enquanto que as células-tronco hematopoiéticas não.
A possibilidade de expansão faz com que as células-tronco mesenquimais possam ser utilizadas inúmeras vezes depois de congeladas, diferentemente das hematopoiéticas que só podem ser utilizadas uma vez
Na maioria dos casos a StemCorp indica o armazenamento somente das células-tronco mesenquimais. As limitações da aplicação das células-tronco encontradas no sangue fazem seu armazenamento em bancos privados ser recomendado somente em alguns casos, por médicos.
As células-tronco hematopoiéticas (do sangue) tem algumas características que fazem a possibilidade de uso ser extremamente limitada. A dificuldade de expansão das células-tronco hematopoiéticas em laboratório restringe sua aplicação em muitos casos, em indivíduos de no máximo 50 kg. Além disso, as células-tronco hematopoiéticas são utilizadas primariamente para o tratamento de doenças do sangue, que são muito raras (atingem 1 em cada 20.000 pessoas).
Vale ainda lembrar que, grande parte das doenças do sangue são genéticas e, por isso, caso o indivíduo desenvolva uma doença desse tipo não é recomendável o uso de suas próprias células-tronco hematopoiéticas para tratamento porque todas as células possuem o mesmo “defeito no DNA”.
Isso faz com que a chance de utilização do sangue do cordão umbilical seja de aproximadamente 0,012%, segundo dados da ANVISA. As mesenquimias, por sua vez, podem ser aplicadas em situações mais corriqueiras, para o reparo de lesões que sofremos ao longo da vida.
O parto é um momento muito especial para o armazenamento de células-tronco. Isso porque, as células-tronco do cordão umbilical são as mais jovens que podemos guardar. E quanto mais jovem, maior o potencial regenerativo.
Ou seja, guardar as células-tronco do cordão é guardar o melhor tipo de célula-tronco para seu filho. Além disso, no parto, mãe e filho podem ter suas células-tronco mesenquimais armazenadas simultaneamente, por um processo simples e indolor.
No caso do bebê, as células-tronco mesenquimais são obtidas do tecido do cordão umbilical e, no caso da mãe, essas mesmas células são coletadas a partir de uma pequena amostra de gordura excedente e disponível durante a cesárea
Não. Essas células podem ser encontradas em outros tecidos adultos como dente e tecido adiposo. Mas vale lembrar que estas células-tronco não tem o mesmo potencial das do cordão umbilical.
Errado! Lembre-se: à medida em que o tempo passa, as células-tronco, como o resto de nosso corpo, envelhecem e a quantidade de células-tronco decaem. No indivíduo adulto, as células-tronco têm menor poder proliferativo e de diferenciação.
Além disso, quanto mais jovens as células, menor será sua exposição a fatores ambientais, tóxicos, carcinogênicos, poluentes e infecciosos. O parto é a melhor oportunidade para colher células-tronco porque oferece a garantia de armazenar células-tronco mais jovens e em maior quantidade, em baixíssima exposição a fatores “tóxicos” do meio ambiente
Qualquer membro direto da família também poderá usar as células-tronco armazenadas de seu bebê para um transplante, desde que haja compatibilidade. Irmãos de mesmo pai e mesma mãe apresentam uma probabilidade de 25% de serem 100% compatíveis.
Outros membros da família apresentam uma probabilidade de compatibilidade bem menor, quase igual à de um doador não aparentado.
As células-tronco, armazenadas em condições adequadas, podem ser mantidas por tempo indeterminado. As células mais antigas congeladas datam de mais de 20 anos e, quando descongeladas, conservam suficientemente suas características funcionais e de viabilidade, permitindo aplicações clínicas.
Porque ter suas células-tronco armazenadas pode fazer muita diferença no tipo de tratamento que irá receber no futuro! Hoje o uso de células-tronco na medicina regenerativa é realidade, já existem diversas terapias utilizando células-tronco mesenquimais e mais inúmeros testes clínicos em andamento.
Isso demonstra o potencial das células-tronco mesenquimais para o tratamento de uma lista enorme de doenças. De acordo com o site clinicaltrials.gov, estão em andamento mais de 900 testes clínicos em seres humanos com células-tronco mesenquimais. Dentre algumas doenças que poderão ser tratadas, destacam-se: lesões de cartilagem, lesões ósseas, doenças pulmonares, doenças cardíacas, diabetes, dentre outras.
Não! Diversos tratamentos já estão liberados em muitos países: reconstrução de pele, tratamentos para doenças inflamatórias intestinais, infarto, doença do Enxerto Contra Hospedeiro, aplicações estéticas para rejuvenescimento e preenchimento e muitas outras.
No Brasil já existem inúmeros testes clínicos em andamento com células-tronco mesenquimais e a legislação está mudando a fim de facilitar a aprovação das terapias.
Dentre eles destacam-se: enfisema pulmonar, reconstrução de lábio leporino e fendas palatinas, lesão medular, osteoartrite, diabetes, degeneração de retina, lipodistrofia, doenças cardíacas, úlceras venosas, calvície, incontinência urinária e reconstrução mamária. Ou seja, não é apenas uma aposta para o futuro, já é realidade. Veja todos os tratamentos existentes aqui. (link para terapia celular)